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Mixagem I

  • Foto do escritor: Marcelo Naudi
    Marcelo Naudi
  • 20 de set. de 2022
  • 4 min de leitura

Atualizado: 8 de ago. de 2023

Esta matéria é relevante mas muito longa e por isso irei transcrevê-la por partes. São 10 dicas e hoje segue a primeira.


Apenas alerto que dependendo do objetivo ao qual você for destinar sua música, considere consultar um profissional. Se você precisar de um resultado extraordinário, não será em suas primeiras aventuras que conseguirá; mas não desanime, é possível chegar a um resultado razoável em seu home studio.


Eu costumo mixar por aqui apenas as gravações de composições próprias, antes de mostra-las aos artistas. Quando se trata de um disco prefiro contratar alguém que realmente entenda do riscado. Vamos ao artigo!


MIXOLOGIA


Nem sempre a primeira parada do seu novo hit precisa ser o estúdio profissional. Muitos grandes guitarristas e compositores trabalham suas canções em casa, em estúdios caseiros, antes de partir para voos maiores. E sabe do que mais? Dá para chegar a resultados impressionantes. Depois que você já sabe tudo sobre hits, e tem um bom know-how sobre como tocar o processo no estúdio – caseiro ou não – chegou a hora de falarmos de mixagem. Mixar é o toque final do seu trabalho. E, como em todas as etapas anteriores, há truques e manhas que vão ajudá-lo a não cometer erros comuns nas primeiras gravações.


Uma boa mixagem é fácil de ser reconhecida: você consegue ouvir tudo com clareza. A relação entre a melodia principal – seja voz ou instrumento – e a base está bem equilibrada; baixo e bateria bem definidos e encorpados; graves, médios e agudos bem delineados. Sobretudo, não soa como um coquetel descontrolado de efeitos: a mixagem deve deixar a música clara, e não cheia de maquiagem. Como tudo em música, a palavra final cabe ao seu ouvido, e ouvir com atenção é a primeira garantia para o seu trabalho dar certo. A partir daí, se você já tem boas canções, bem gravadas, por bons músicos, nós temos aqui dez toques quentíssimos para ter segurança na reta final.


Se você tem um estúdio caseiro, aproveite para testar cada um desses truques. Se está locando um, se ligue neles e capriche.


1. Faça um plano

Mesmo um time formado só por craques precisa de um plano de jogo. Técnico e preparados não colocam os jogadores em campo sem uma estratégia, e uma equipe bem orquestrada é a base para os craques poderem realizar suas façanhas individuais. As fraquezas do time contrário são identificadas, os planos de ataque são preparados e o caminho para a vitória está seguro. Uma boa mixagem também funciona assim: você deve organizar todos os elementos da sua “palheta sonora” para que trabalhem em equipe, criando um todo convincente.


Conceito. Muitos profissionais começam a mixagem levantando a base, ou seção rítmica, e arrumando os sons do seu próprio jeito. Depois começam a mexer com as guitarras, os vocais, etc. Esta não é uma estratégia artística – é meramente um jeito prático e meio burocrático de fazer as coisas. Um “mixador” talentoso estabelece um conceito criativo antes que toque na mesa, e depois trabalha em relação a este durante o processo de mixagem.

Desenvolver um conceito de mixagem é determinar com precisão como o produto final deve soar. Decidir, por exemplo, se a música vai ficar melhor com uma mixagem pesada ou intimista. Se você não encontrar uma direção clara na própria música, tente “imitar” uma mixagem que você curta, e tenha a “cara” da sua canção. Se estiver difícil, escute algumas faixas de discos que ache geniais. Ouvir exemplos de grandes produtores geralmente ajuda na hora de buscar uma direção sônica para a mixagem. A inspiração pode vir do som do Led Zepellin II ou das orgias sonoras monofônicas de Phil Spector (um dos grandes produtores americanos dos anos 60 e 70). O importante é: não mixe sem um objetivo. Saiba onde está querendo chegar.


Não tenha medo de errar. Se não der certo na primeira, volte e faça de novo. Grandes artistas e produtores – pessoas que vem milhões de álbuns – muitas vezes mixam repetidamente uma música, até que esteja pronta para ser lançada (claro que a grana pode ser um problema, mas se estiver trabalhando em casa, facilita).

Avalie as forças. Um esquema tático explora o talento dos melhores jogadores. Da mesma forma, um bom mixador voa como uma água sobre os pontos altos de uma música. O vocal – ou um instrumento solista – tem de ser um de seus craques (senão, é problema!), mas busque também qualquer parte de percussão, riffs de melodia, “backing vocals” ou uma performance mais inspirada que chame a atenção dos ouvidos. Bem utilizados, esses craques vão energizar a sua mixagem.


Esconda as fraquezas. Partes mal gravadas e sons ruins podem arrasar a sua mixagem. Identifique todos os elementos que não estão legais na sua faixa. Às vezes, não são partes fundamentais para música e você pode apaga-las ou esconde-las. Mas se forem indispensáveis, considere gravar de novo. Só um milagre poderia salvar guitarras ou vocais desafinados, solos mal feitos, etc.


Energia. Mesmo o melhor plano vai dançar se você trabalhar além do limite. Quando mixar, faça intervalos frequentes para manter sempre um distanciamento crítico. Além de ser importante tirar periodicamente sua cabeça do trabalho, é essencial dar aos seus ouvidos um descanso. Não importa o quanto você ache que aguenta, a precisão da sua escuta irá para o espaço depois de aproximadamente quatro horas de castigo dos monitores do estúdio. Virar noites e dias mixando pode parecer romântico, mas mixagens longas tendem a soar monótonas – especialmente quando comparados com mixagens cruas, que não foram estragadas pela fixação inútil com detalhes mínimos.


Fonte: Guitar Player nov/98 por Michael Molenda


 
 
 

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