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Foto do escritorMarcelo Naudi

Musicalidade x Velocidade

Tocar bem não significa tocar mil notas por segundo. No assunto de hoje, você verá o que é importante musicalmente.

Muitas vezes, é mais difícil você improvisar numa balada, onde você tem que deixar notas soando e aceitar o espaçamento entre elas do que acelerar e deixar tudo sem sentido. 

Para compor algo com musicalidade, você tem que ter algo a dizer. Não basta juntar notas, tem que haver raciocínio, técnica e sensibilidade. É claro que existem guitarristas que conseguem aliar as duas coisas, como Eddie Van Halen, Gary Moore e muitos outros. 

E também não quero dizer que existe um modo certo ou errado, pois o que vale na arte é o resultado final. Minha dica com este texto é que você organize seus estudos não só priorizando a velocidade, pois embora ela seja importante, em muitos casos não é essencial. 

Experimente variar os shapes das escalas tocando com pausas, respeitando sempre as notas alvo. Valorize a música, sinta o que ela pede e tenha paciência para desenvolve-la sem pressa. 

Se você quer começar sua composição pela base, um toque legal é criar esta base e tentar assobiar algo. Crie uma melodia e vá tentando desenvolve-la. É claro que podemos colocar muitas notas e várias técnicas, mas não tem nada como uma boa melodia para prender a atenção do ouvinte. 

Misturar velocidade com melodia funciona muito se você souber o que esta fazendo, não coloque notas que soam desnecessárias e como já foi dito, não existem regras nem atalhos, mas, quando eu estava começando meus estudos de composição (sim, composição também pode ser estudado), eu copiava harmonias de músicas que eu gostava e criava outras melodias; isto foi me ajudando inclusive na criação de solos. 

Você pode simplesmente ir improvisando e conseguir um tipo de resultado, ou pode ouvir muitas vezes a base e tentar desenvolver uma sequencia de notas se encaixem, que é o que proponho. Pense sempre que a música deve ser um espelho, harmonia e melodia precisam se relacionar perfeitamente. 

Outra dica, é que não adianta criar uma base com acordes cheios de acidentes e não utilizar os mesmos acidentes na melodia, sempre deve acontecer um equilíbrio; obviamente que isto também não é uma regra, e sim um caminho para que você possa desenvolver e criar uma linguagem própria. 

Perceba que os grandes guitarristas que trabalham com músicas instrumentais, criaram linguagens diferenciadas, comece devagar e sempre, misturando a melodia desenvolvida com passagens velozes e interessantes, pegue os exercícios e tente transformar em frases, e transforme estas frases em música.

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