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Foto do escritorMarcelo Naudi

Os equipamentos na vida de um músico profissional - Parte 2

O vocalista não apareceu....e agora?

Agora eu tinha uma guitarra, um baixo e uma caixa, estava no céu. Logo apareceu a primeira oportunidade de tocar na frente de algumas pessoas (minha mãe, pai e irmã já não aguentavam mais), como seria a festa de aniversário da irmã de um grande amigo, tratei de arrumar um cantor, ensaiamos algumas músicas dos Paralamas (o primeiro solinho que eu consegui tirar de ouvido foi na verdade um arranjo do Herbert Viana no final da música "meu erro"), eu ouvi o 2º disco deles até gastar, eu achava aquele timbre de guitarra muito inspirador.

Chegado o horário da festa, eu já estava ficando nervoso pois o dito "vocalista" não apareceu, a casa do meu amigo já estava cheia de gente e as pessoas começaram a pedir pelo "som ao vivo" que a gente iria fazer, pois montamos minhas coisas num canto, o que chamou muito a atenção de todos. Esperei quanto eu pude e nada do cara aparecer, tomei coragem e comecei a tocar e cantar a música Meu erro e não é que o pessoal gostou?! Me animei e cantei mais duas que eu sabia e dei a apresentação como encerrada, fiquei muito feliz com a recepção do pessoal e considero esta como minha estréia profissional, digo isto por que recebi lanches e refrigerante como pagamento. rsrsrs


A primeira banda

Como eu julguei a primeira apresentação positivamente, tomei mais gosto ainda pela guitarra, quando aconteceu o meu primeiro choque de realidade: ouvi a música Tempo Perdido pela primeira vez no rádio (eu já conhecia alguma coisa do primeiro disco da Legião), mas ouvir aquela introdução dedilhada pela primeira vez me deixou chapado, que timbre de guitarra, que música forte; juntar isto com minha primeira apresentação foi uma porrada na minha cabeça, porque ouvindo aquela música eu percebi que tinha que aprender a tocar de verdade, o que na época significava para mim simplesmente conseguir tocar aquela introdução fantástica.

Agora eu tinha que arrumar uma banda a qualquer custo, perguntei para todos que eu conhecia se eles não sabiam de alguma banda precisando de guitarrista. Acabei descobrindo com meu patrão na época (eu trabalhava de office-boy numa agência de publicidade), que uns meninos de um bairro distante estavam atrás de um guitarrista com equipamento (nesta época era muito difícil encontrar guitarristas com equipo). Fui apresentado a eles, que resolveram fazer um ensaio para ver se ficava legal. A banda tinha dois vocalistas, um baterista e eu metido a guitarrista....e não é que ficou muito legal o som! Tanto que comecei a encher o saco de um primo para assumir o baixo. Ele topou e assim nascia a banda Fallange.

Desde o início nós começamos a compor nossas próprias músicas, o vocalista tinha um pedal de distorção que ele me deixava utilizar:

Era uma época de grana curta, eu já me dava por feliz por ter a guitarra, um cabo e a caixa, fora o baixo que deixei com meu primo. Meu amplificador Mikassim tinha três entradas distintas:


O primeiro show de verdade

Depois de meses de ensaio, julgamos que já poderíamos nos apresentar. Nosso baterista e o vocalista estudavam numa escola que tinha um teatro e assim marcamos nosso primeiro show. Este dia foi demais, deu tudo certo, fomos muito bem recebidos pelos alunos, o teatro estava lotado e conseguimos não errar "quase" nada.

Nesta época, era muito complicado arrumar informações, lições ou qualquer coisa do tipo. Eu colecionava todo tipo de revista que falava de músicos ou equipamentos, e a maioria tenho guardado até hoje:



Minha Fender

Aproximadamente um ano depois e muitos ensaios com a Fallange, minha situação financeira já estava um pouco melhor. Um belo dia meu pai chegou do serviço e me falou que um dos caras que trabalhava com ele estava querendo vender uma guitarra "Fender". Eu não tinha nada de grana nas mãos, mas mesmo assim eu dei um jeito de vender meu baixo (nesta época meu primo já tinha desistido da ideia de ser baixista de rock) e fui desesperado atrás deste conhecido do meu pai.


Marquei de ir até a casa do dono da Fender (eu só tinha visto uma Fender pela televisão, NINGUÉM que eu conhecia tinha uma guitarra importada). Chegando lá, a Fender dele era na verdade uma Giannini. Fiquei muito decepcionado, mas como já tinha vendido o baixo e a guitarra estava barata, acabei comprando.



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